domingo, dezembro 02, 2007

SCBraga 1-1 Bayern: A equipa de arbitragem não deixou

Eu tinha avisado que era uma luta de David contra Golias, só que não esperava que além do poderio da equipa bávara, aparecesse uma equipa de arbitragem vinda da longínqua Suécia, puxar o saco ao poder da força dos mais fortes. A verdade é esta, o Sporting de Braga não ganhou porque o Sr. Jonas EriKson e os seus assistentes não deixaram.

Mas houve um jogo de futebol, razoavelmente bem jogado, uma equipa do Bayern arrogante, pensando que mais cedo ou mais tarde ganharia o jogo, contra um Braga demasiado submisso, como se pode interpretar pela equipa que apresentou, demasiado conservadora. Manuel Machado apresentou o seu Braga em 4-2-3-1, demasiado receoso. Bem vista a troca de César Peixoto por Frechaut, Rodriguez tem classe e deu a confiança suficiente que necessitava o bloco defensivo. Já no meio campo, e aqui sim, faltou criatividade, era preciso que a transposição do jogo para o ultimo terço tivesse mais alguém com pendor ofensivo já que eram muitos médios com pouco poder atacante. Se a ideia é vender Stelvio, o jogo era o ideal, mas primeiro há que pensar em ganhar. O miúdo tem qualidade, mas o jogo não era para ele. Estando Madrid em condições, logicamente seria uma opção mais válida assim como, João Pinto deveria ter jogado de início, a bola dos seus pés sai sempre redonda, mas foi preciso sofrer um golo, demasiado consentido, estava todo o mundo a dormir, para Manuel Machado acordar e jogar olhos nos olhos com os arrogantes alemães, colocou em jogo João Pinto e Jailson e a equipa transformou-se para muito melhor, começou a jogar e a encurralar o Bayern na sua defensiva, que aqui e acolá tentou gerir o jogo, mas a qualidade dos jogadores do Braga veio ao de cima, não só conseguiu empatar e só não ganhou porque os homens de amarelo não deixaram, mas quanto a isso está tudo dito. Perdeu-se uma oportunidade histórica de vergar o colosso, mas aí os milhões valem mais que os tostões. Quem tem Oliver kahn, Lúcio, Ribery, Lucatoni, Zé Roberto, e Klose, só para citar estes, pode-se dar por satisfeito de sair do teatro dos sonhos, com um pontinho.

Jogando no esquema 4-4-2 não fugiu ao sistema que costuma utilizar no seu campeonato, e começando da frente para trás, jogou com Klose, que é só o melhor ponta de lança alemão, fortíssimo na área principalmente no jogo aéreo mas, tirando o golo facilitado, que marcou foi completamente anulado por Rodriguez. Ao seu lado jogou o “armário” Lucatoni, ponta de lança titular da selecção italiana, com uma envergadura física fora do normal, mostrou aqui e ali a sua qualidade mas, Paulo Jorge, certamente estava avisado e no confronto directo o capitão do Braga levou a melhor. O meio campo, recheado de vedetas, mas a jogar muito devagar. Ninguém dúvida da qualidade de Zé Roberto, Van Bommel, e Altintop mas, foi Ribery que jogando quer de um lado quer do outro, mostrou toda a sua classe, foi o jogador do Bayern que mais trabalho deu a defesa do Braga, as suas mudanças de velocidade, aliadas a uma técnica invejável, fizeram mossa no último reduto defensivo bracarense e, só uma noite em grande dos laterais do Braga, conseguiu que não tivesse sido mais perigoso. Na defensiva bávara um homem sobressaiu, e ainda por cima fala português, Lúcio de seu nome. Não é por acaso que é titular da selecção brasileira, foi o grande patrão da sua defesa, mostrando ser um dos melhores centrais do Mundo.

Quando comecei a falar da equipa do Bayern pelo ataque, deixando para o fim a sua defesa não foi por acaso já que, queria dar uma palavrinha ao feio, arrogante, pesadão e quase quarentão Oliver Kahn. Só o seu estatuto, não levou o árbitro a mandá-lo para o banho mais cedo, já tem idade para ter juízo e não é com atitudes como as que teve principalmente, aquela peitada a Linz, que honra o seu passado. A sua brilhante carreira quase no fim, merece que tenha outra postura, cheia de títulos e troféus por isso, deve ter a hombridade de saber acabar com classe, dignidade e educação, e aqui fica o recado.

Concluindo, perdeu-se a oportunidade do Braga ficar na história, não por demérito dos seus jogadores mas, na crónica já dissemos tudo. Está em aberto a passagem da fase de grupos, vamos acreditar, valor a equipa tem é só demonstra-lo em campo e, já de seguida, na Grécia contra o Aris de Salónica.
Uma palavra final, este jogo merecia uma massa humana mais numerosa, pouca gente, os preços dos bilhetes, o jogo a dar na TV em canal aberto, a hora do jogo enfim tudo motivou a que tão poucos fossem ao estádio Axa.
Um apelo, no próximo jogo com o Estrela Vermelha que vai ser decisivo para a qualificação do Braga, vamos encher o estádio dos sonhos.
É bom sonhar, "o sonho comanda a vida."

P. Carvalho (Colaborador do blog para o futebol)
pcarvalho50@gmail.com

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